Thursday, December 15, 2016

O enigma da chegada- V. S. Naipaul

Não sei quais caminhos me levaram a esse autor, mas sei que fiquei muito impressionada com sua vasta produção. Um jovem de Trinidad e Tobago que foi para Londres aos 18 anos para ser escritor: esse é o teor de O enigma da chegada, ou seja, Naipaul fala de si mesmo.
Embora não tenha sido uma leitura que rendeu, pois não há diálogos e as letras pequenas, foi uma grata surpresa. 
Percebi uma semelhança muito grande com Walden, de H. D. Thoureau. Talvez pela incrível capacidade de descrição da natureza. Amante de caminhadas que sou, identifiquei-me prontamente com o narrador. A diferença é que ele caminhava pelas proximidades de Stonehenge. Que sonho! 
A cara ficou de tacho na foto, mas ficou a mesma após várias tentativas. Então vá. 

Saturday, November 26, 2016

Top list 10 filmes "não cult" que eu amo de montão

01- Sob o sol da Toscana (Under the Tuscan Sun-2003)- Vi várias vezes. Marcou minha vida.

02- As aventuras de Pi (Life of Pi-2012)- Fiquei mais apaixonada quando vi em 3D.

03- Memórias de uma Gueixa- (Memoirs of a Geisha-2005)- Ah, aquele tanto de água!

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<3 p=""> 04- Crônicas de Nárnia- O leão, a feiticeira e o guarda-roupa- (The Chronicles of Narnia: The Lion, the Witch and the Wardrobe-2005)- Aceita uma xícara de chá? Ah, adoraria! Talvez eu abra uma lata de sardinhas! 

<3 p=""><3 p=""> 05- Corra, Lola, corra!- (Lola Rennt-1998) -Filme alemão. Cult?
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06- Uma vida iluminada- (Everithing is Illuminated-2005)- Krai, como eu amo esse filme! 

<3 p=""><3 p=""><3 p=""> 07- Gilbert Grape- Aprendiz de Sonhador (1993)- Lasse Hallström reina soberano em meu coração.
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08- Brilho eterno de uma mente sem lembranças- (Eternal Sunshine of Spotless Mind-2004)- Não me lembro de Jim Carrey tão bem em qualquer outro filme.
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09- Quem quer ser um milionário? (Slumdog Millionaire-2008)- Que filme da hora!
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10- Minha vida de cachorro- (Mitt liv som hund-1985) De novo Lasse Hallström.

Tuesday, November 01, 2016

O gigante enterrado- Kazuo Ishiguro

Não é literatura oriental como pensei inicialmente. Kazuo Ishiguro nasceu em Nagasaki, mas mudou-se para a Inglaterra aos cinco anos de idade. Não sei exatamente como cheguei a este livro. Andei pesquisando sobre obras que conquistaram prêmios e ele deve ter aparecido em algum lugar como sugestão para mim.
Fiquei impressionada com a beleza exterior do volume quando o recebi. Uma capa belíssima, azul com desenho preto e detalhes dourados. A lombada também é toda azul.
Demorei um pouco mais do que o esperado (fiquei todo mês de outubro) para ler as 396 páginas que narram a história de Axl e Beatrice. A história em si não é tão espetacular. O casal de idoso habita uma aldeia cujo sofrimento é uma névoa que traz esquecimento para as pessoas. Suspeita-se que a tal névoa é provocada pela dragoa Querig, o gigante enterrado do título. Então surge o dilema crucial do livro: devem ajudar a matar a dragoa e conseguir de volta as lembranças? O que elas podem estar ocultando?
A narrativa de viagem fica por conta da busca pelo filho do casal, uma das poucas recordações que eles ainda têm. Sabem que o filho mora em algum lugar distante e está esperando ansiosamente por eles. Repetem tanto essa mentira que acabam acreditando nela.
A história pode parecer um pouco ingênua, mas as entrelinhas vão mostrando sua grandeza. Grandes revelações aguardam o leitor nas últimas páginas e para coroar, um final aberto. O que aconteceu exatamente ali? Somente com informações guardadas pelo leitor ao longo do livro poderão dar a resposta. Ou não.
Lindo livro. Recomendo.


"Você teria que procurar muito tempo para encontrar algo parecido com as veredas sinuosas ou os prados tranquilos pelos quais a Inglaterra mais tarde se tornaria célebre. Em vez disso, o que havia eram quilômetros de terra desolada e inculta; por todo lado, trilhas toscas que atravessavam colinas escarpadas ou charnecas áridas. A maior parte das estradas deixadas pelos romanos já teria àquela altura se fragmentado ou ficado coberta de vegetação, muitas delas desaparecendo em meio ao mato. Uma névoa gelada pairava sobre rios e pântanos, muito útil aos ogros que ainda eram nativos daquela terra. As pessoas que moravam ali perto - e pode-se imaginar o grau de desespero que as teria levado a se estabelecer num lugar tão soturno- teriam razão de sobra para temer essas criaturas, cuja respiração ofegante se fazia ouvir muito antes de seus corpos deformados emergirem da neblina." (p. 9)


" Eu o ouço vir andando pela água. Será que pretende me dizer alguma coisa? Ele tinha falado de fazer as pazes comigo. No entanto, quando me viro, ele não olha para mim: olha apenas para a terra e o sol baixo na enseada. E eu também não procuro seus olhos. Ele passa por mim, sem olhar para trás. "Espere por mim na praia, amigo.", digo baixinho, mas ele não ouve e segue em frente. " (p. 396) 

Thursday, October 27, 2016

Toda luz que não podemos ver-Anthony Doerr

Encontrei esse livro pesquisando sobre os vencedores do prêmio Pulitzer. Anthony Doerr, seu autor, venceu em 2014. Confesso que fiquei com receio de não gostar, afinal, que ainda aguenta ouvir falar sobre a Segunda Guerra Mundial? No entanto, um acontecimento tão grandioso, imagine o número infinito de história para contar.
O livro narra a trajetória de Werner, que vive em um orfanato na Alemanha e Marie-Laure, uma menina cega que mora em Paris. O leitor imagina que eles irão se encontrar um dia, mas minha expectativa era bem maior. Infelizmente, não posso contar mais sobre isso. :)
Sempre gostei mais de ler livros clássicos e quase nunca dava oportunidade para autores contemporâneos. Embora sinta falta de ler grandes autores da literatura mundial (neste exato momento ando querendo ler Dostoiévski por conta do filme O Idiota, de Kurosawa), tenho gostado bastante dessas novas descobertas.


"Em uma esquina da cidade, no sexto e último piso de uma construção alta e estreita- Rue Vauborel 4- , uma garota cega de dezesseis anos chamada Marie-Laure LeBlanc está de joelhos no chão, inclinada sobre uma mesa baixa inteiramente tomada por uma maquete. A miniatura reproduz a cidade dentro da qual ela está ajoelhada e contém réplicas em escala das centenas de casas, lojas e hotéis dentro de suas muralhas. Há a catedral, com seu pináculo perfurado, e o robusto e velho Château de Saint-Malo, além de filas e filas de mansões à beira-mar coroadas com chaminés. Um delgado quebra-mar de madeira se projeta em curva a partir de uma praia chamada Plage du Môle; bancos minúsculos, menores que uma semente de maçã, pontilham as pequeninas praças públicas." (p. 13)

"Ela fica escutando até que as passadas dele desaparecem. Até que os únicos ruídos que ela consegue ouvir são os suspiros de carros e o ronco de trens e os sons de todas as pessoas andando apressadas no frio." (p.526)

Fiquei morrendo de vontade conhecer Saint-Malo. Quem sabe um dia em minhas andanças!
Aí está uma resenha que encontrei no YouTube. Quando eu crescer quero criar um canal de resenhas também. :)

Tuesday, August 23, 2016

O pintassilgo

O livro escolhe o leitor. Já tinha lido sobre ele em algum lugar e eis que estava ali, na banca da rodoviária do Rio de Janeiro olhando para mim.
"O absurdo não liberta; amarra." Albert Camus

"Enquanto ainda estava em Amsterdan, sonhei com minha mãe pela primeira vez depois de anos. Já estava trancado no hotel havia mais de uma semana, com medo de ligar para quem quer que fosse ou de sair; meu coração disparava e vacilava com os ruídos mais inocentes: a campainha do elevador, o arrastar metálico do carrinho de minibar, até os sinos de igreja dando as horas, De Westertoren, Kritberg, as badaladas um tanto sombrias, uma sensação intrincada de morte, saída de um conto de fadas. De dia eu ficava sentado aos pés da cama me esforçando para tirar algum sentindo das notícias em holandês na televisão (o que era inútil, já que eu não sabia uma palavra em holandês) e, quando desistia, sentava perto da janela e ficava olhando o canal com meu casaco de pelo de camelo por cima das roupas- pois eu tinha saído às pressas de Nova York e as roupas que levara não eram quentes o suficiente, mesmo num ambiente fechado." p. 9

Agora o final de arrepiar. Não tô sabendo lidar com tanta beleza:



"O que quer que nos ensine a falar com nós mesmos é importante- o que quer que ensine a sair do desespero ao chamado de um canto. Mas a pintura também me ensinou que podemos falar uns aos outros através do tempo. E sinto que tenho algo muito sério e urgente para dizer a você, meu leitor não existente, e sinto que deveria fazê-lo com tanta urgência quanto se estivesse no mesmo recinto que você. Que a vida- independente do que mais ela seja- é curta. Que o destino é cruel, mas talvez não aleatório. Que a natureza (isto é, a Morte) sempre vence, mas que isso não significa que temos de nos curvar e rastejar diante dela. Que talvez mesmo quando não nos sentimos tão contentes por estarmos aqui é nosso dever mergulhar nisso ainda assim: abrir caminho e seguir em frente, bem pelo meio da fossa, mantendo ao mesmo tempo olhos e coração abertos.E, no meio do nosso morrer, enquanto saímos do orgânico e afundamos ignominiosamente de volta nele, é uma glória e um privilégio amar  que a Morte não toca. Pois, se desastre e esquecimento seguiram essa pintura através do tempo, o amor também o fez. Na medida em que ela é imortal (e ela é), eu exerço um pequeno papel, brilhante e imutável nessa imortalidade. Ela existe; e continua existindo. E eu acrescento meu próprio amor à história das pessoas que amaram coisas belas, e cuidaram delas, e as tiraram do fogo e as procuraram quando estavam perdidas, e tentaram preservá-las e salvá-las enquanto as pessoas passavam literalmente de mão em mão, cantando de forma brilhante pelos destroços do tempo para a próxima geração de amantes, e a próxima." p. 719


Wednesday, June 22, 2016

Dulce Pontes

Há muitos anos, uma amiga veio de Portugal e me trouxe de presente um CD da Dulce Pontes. Como eu já era da bad, amei essa voz, essa melodia impressionante. Naquela época eu ostentava um incrível discman. Ah, molecada, o discman era demais! Exceto que o CD riscava e começava a pular. Esse álbum da Dulce foi um daqueles casos em que se gosta de todas as faixas, sem exceção. Ouvi horrores!



Wednesday, June 08, 2016

Autorretrato (Inspirado em Adriana Calcanhotto)


Autorretrato

Sou de Marialva. Amo a Tunísia. Conheço a Alemanha, a Itália e a França, mas só os aeroportos. Hahaha. Gostaria de conhecer outros países, mas lugares bem diferentes daqueles que todo mundo gosta: queria ir para a Rússia, para países nórdicos, para o Nepal, Índia, Venezuela...e por aí afora. Sei dizer não. Sempre me recordo do nome das pessoas. Nem sempre gosto de ouvir música. Às vezes ouvir música me enche o saco. Gosto de roupas simples e atuais. Amo cozinhar coisas diferentes. Gosto de experimentar comidas e bebidas diferentes. Amo Ricardo Darín. Adoro ajudar as pessoas. Não me irrito com facilidade. Amo cores, principalmente o azul. Gosto de todo mundo com quem trabalho. Sou pontual. Paro no sinal vermelho e uso cinto de segurança. Amo comprar livros. Às vezes dou esmolas. Amo Keane. Sei pedir desculpas. Baixo filme e música. Não guardo mágoas. Amo meus cachorros, atualmente o Frederico Guilherme IV da Prússia e a Juno. Moro no Conjunto João de Barro, vulgo Jandi, numa casa cor de burro quando foge. Amo Miró. Nao curto músicas antigas. Amo Diego Rivera. Gosto de lavar roupa. Gosto de ficar sozinha. Torço pelo Corinthians, mas descurti horrores o futebol quando me dei conta do seu aspecto capitalista. Gosto de jogar cartas, mas só com meu amor. Adoro jogar futebol. Ainda jogo futsal, mas campo não mais. :( Amo natação, mas parei. Pratico corrida e ioga. Amo Gabriel Garcia Marquez e Philip Roth. Bebo café o dia todo. Não gosto de verão. Minha mãe dizia que eu era desorganizada. Teria orgulho de mim hoje. Detesto roxo. Amo Carlos Drummond de Andrade. Adoraria saber tocar um instrumento musical. Tenho olhos lindos. Tive uma imitação do Diego Rivera. Guardo o nome de todos os meus alunos. Amo filmes europeus, indiano, iraniano, etc. Amo Akira Kurosawa. Gosto de Apichatpong Weerasethakul. . Não gosto de etiqueta. “O que eu não gosto é do bom gosto”. Sou um pouco sociável. Sou hipocondríaca. Tenho medo de morrer. Adoro pão sírio. Meus amigos dizem que sou divertida. Amo Dostoiévski. Já li quase tudo que ele escreveu. Amo cerveja e vinho. Durmo o suficiente. Adoro gente doida. Detesto gente deslumbrada. Adoro azuis. Já fumei narguile, mas engasgo com a fumaça. (Meu namorado ri. Hahaha) Nunca quis ter filhos. Minha primeira escola se chamava Vicente Machado. Detesto velharias. Acho que eu mudo muito. Aprendi a entender as pessoas. Ainda vou conhecer Moscou. Tenho pena dos cachorros da rua. Amo ler. Quero dar aulas melhores. Quero saber pra que serve dar aula. Amo escrever diários. Calço 35. Adoro praia, mas não sol e areia. Amo Matisse. Eu sempre digo sim. Eu gosto de dar aulas. Queria fazer trekking nas chapadas. Tentei acampar, mas me dei mal. Sou generosa em demasia. Tenho um amor há quatro anos, um tunisiano. Gosto de fazer selfie. Amo fotografia. Amo gente irreverente. Amo Autran Dourado. Já pesquisei a morte em Autran Dourado. Fiz Ciências Sociais e me apaixonei. Pena que não consigo concluir. Amo viajar. Amo minha família. Curto música clássica. Amo trekking e hikking. Dizem que eu mudo muito.  

A insustentável leveza do ser- Milan Kundera

Li este livro há muitos anos. Eu estava no meio da leitura de um do Philip Roth quando Kundera saltou da estante e pulou no meu colo. Não pude fugir.

"O eterno retorno é uma ideia misteriosa, e Nietzsche com essa ideia, colocou muitos filósofos em dificuldade: pensar que um dia tudo vai se repetir tal como foi vivido e que essa repetição ainda vai se repetir indefinidamente! O que significa esse mito insensato?"(página 9)


"Tomas deu volta à chave e acendeu o lustre. Ela viu duas camas, uma junto à outra e, junto a uma delas, uma mesa-de-cabeceira com um abajur. Uma grande borboleta, assustada com a luz, fugiu e ficou esvoaçando pelo quarto. Lá de baixo chegava o eco amortecido do piano e do violino.(página 314)



Thursday, May 05, 2016

Walden

Após muito tempo, uma pausa, eis que finalmente terminei o magnífico Walden, de H. D. Thoreau. Sem dúvida, um livro inspirador. Como sempre digo, o livro escolhe o leitor. E esse me escolheu no momento exato.


"Quando escrevia as páginas seguintes, ou melhor, o principal delas, eu vivia sozinho na mata, a um quilômetro e meio de qualquer vizinho, numa casa que eu mesmo tinha construído à margem do Lago Walden, em Concord, Massachussetts, e ganhava minha vida apenas com o trabalho de minhas mãos. Vivi lá dois anos e dois meses. Hoje em dia sou de novo um hóspede da cidade civilizada". (p. 17) 


"Não digo que João ou José venham a entender tudo isso; mas este é o caráter daquele amanhã que o mero decorrer do tempo jamais fará alvorecer. A luz que extingue nossos olhos é escuridão para nós. Só amanhece o dia para o qual estamos despertos. O dia não cessa de amanhecer. O sol é apenas uma estrela da manhã." (p. 314) 




Sunday, April 24, 2016

O que estou descobrindo na vida pós consulta à nutricionista

Sempre quis bater em nutricionista que me mandava comer apenas duas colheres de arroz. Esta foi bem legal: cortou tudo, zero de arroz. haha Mas como estava determinada a não jogar fora meu suado dinheiro que paguei pela consulta, estou fazendo tudo certinho. E então descobri algumas coisas:

- posso viver sem arroz.
- posso viver sem bebida alcoólica
- suco de couve com frutas fica muito bom
- em alguns sucos não uso mais nenhum tipo de adoçante
- a rede Bagaço faz um suco de couve maravilhoso.


Mesmo fazendo horrores de atividade física, algo andava errado em minha alimentação. E foi aí que aprendi mais uma coisa: você pode saber tudo sobre alimentação e dieta, mas sem orientação profissional, dificilmente irá conseguir algum resultado. Mesmo que você queira bater nelas de vez em quando.

Saturday, April 16, 2016

Desafie-se


Ontem comecei o desafio 30 dias de Yoga, do canal da Pri Leite. A vida anda tão corrida que me esqueço dos benefícios dessa prática. Além das muitas horas da jornada de trabalho, ainda há as obrigações domésticas, o Jut-Bo e a corrida. Para complicar um pouco mais as coisas, resolvi começar fazer musculação (Vem, mosntro!) para fortalecimento das articulações.
O Youtube, esse lindo, me indicou esse vídeo da Pri Leite, que eu já usava, mas esse especificamente veio ao encontro do que eu precisava. As aulas são de vinte minutos, aproximadamente, o que é ideal para o meu pouco tempo disponível.
Mesmo assim, não será tão fácil cumprir. Porém, como o nome diz, é um desafio. Bora lá.
Entrego, confio, recebo e agradeço.

Tuesday, April 12, 2016

Complô contra a América

Conheci Philip Roth através de um ex-professor que considero pacas. Li o primeiro livro dele e foi apaixonante, embora bastante pesado:  Indignação.  "Complô" é um pouco mais leve, mas igualmente bom.

Início:

1. Junho de 1940- outubro de 1940
O medo domina estas lembranças, um medo perpétuo. Toda infância, é claro, tem seus terrores, mas me pergunto se eu não teria sido uma criança menos assustada se Lindbergh não tivesse chegado à presidência ou se eu não fosse filho de judeus.(p. 09)

Fim:

Foi assim que Seldon veio morar conosco. Depois que eles voltaram de Kentucky sãos e salvos, Sandy mudou-se para o jardim de inverno e Seldon passou a substituir Alvin e Tia Evelyn na função da pessoa devastada pelos horrores cruéis do governo Lindbergh que dormia na cama ao lado da minha. Dessa vez eu não tinha de cuidar de nenhum coto. Aquele menino era ele próprio o coto, e até ele ir morar com a irmã casada de sua mãe no Brooklyn, dez meses depois, eu fui a sua prótese. (p. 402)


Thursday, April 07, 2016

Sobre as perdas necessárias

Considero que tive três grandes perdas na vida: duas por morte, pai e mãe, e uma por uma traição que me deixou sem chão. Demorei horrores para me recuperar. Com a morte de minha irmã há um mês, senti que algo estava diferente em mim. Está sendo uma barra tremenda, mas parece uma expressão popular: estar calejado.
É assim que me sinto. Como se as perdas não doessem tanto por estar com o coração endurecido, cheio de calos.
E no fim das contas, cheguei à conclusão que estamos sozinhos no mundo. Estabelecemos nossas relações, mas tudo é transitório.
Gosto de uma frase do filme Memórias de uma gueixa:

 "A dor é uma coisa muito esquisita; ficamos desamparados diante dela. É como uma janela que simplesmente se abre conforme seu próprio capricho. O aposento fica frio, e nada podemos fazer senão tremer. Mas abre-se menos cada vez, e menos ainda. E um dia nos espantamos porque ela se foi."

Sim, ela se vai um dia. Mas então já não somos mais os mesmos. A grande bênção é se ela servir para nos tornar mais fortes, mais humanos. 

Friday, March 18, 2016

Oscar 2016- Melhor documentário

Não percebo muita diferença na forma que os diretores conduzem um documentário. Acho que existe uma fórmula e não há muito como fugir. Então, fico pensando quais são os critérios para escolha desse gênero no Oscar, por exemplo. 
Já havia assistido ao fantástico What Happened, Miss Simone? dias atrás e torcia por ele. Porém, perdeu para Amy. Quis conferir, porque não era possível que um documentário sobre uma cantora tão fabulosa quanto Nina Simone, uma história de vida tão excepcional como a dela pudesse ter perdido para um sobre Amy Winehouse.
Sempre gostei das músicas da Amy, mas quando assisti ao documentário não vi absolutamente nenhuma diferença, a não ser a própria história de vida das duas cantoras. Sendo assim, ainda ficaria com o da Nina Simone, simplesmente porque sua trajetória foi muito mais interessante que a da jovem cantora britânica.
Enfim, são apenas minhas impressões...e minha torcida frustrada.

Monday, March 14, 2016

Filmes do Oscar 2016- "Room"(2015)

http://www.imdb.com/title/tt3170832/


Dificilmente assisto a um filme sem ter lido algo sobre ele. "O quarto de Jack" foi uma rara exceção, pois só tinha visto uma foto e mais nada. Foi uma experiência muito interessante, já que não há como fazer uma sinopse dele sem spoiler.
Pois bem, fiquei agoniada e meu primeiro pensamento foi se todo o filme se passaria dentro daquele quarto. Quando há uma grande reviravolta na trama, mais ou menos com uma hora de filme, achei que ele terminaria ali. Ainda iria correr muita água debaixo da ponte, mas como um drama psicológico, sem muitas outras surpresas.
Não há como não se apaixonar pelo menino e não sentir empatia pela mãe, afinal, sete anos...bem, não posso falar mais nada.

Monday, February 29, 2016

Cooked, série documental Netflix

http://paladar.estadao.com.br/noticias/comida,cooked-estreia-esta-sexta-no-netflix,10000016946

Sou apaixonada por pães: comer e fazer. Tento acertar, mas nem sempre isso acontece. Fazer pão é uma alquimia.
Comecei por acaso a ver Cooked, do Netflix e fiquei encantada, principalmente com o episódio quatro, Ar. (A série documental é divida nos quatro elementos da natureza). Gostei tanto que ontem resolvi amassar pão para assar hoje de manhã. O problema: não deu para deixar crescer pela segunda vez, pois tinha menos de uma hora para terminar. E, sim, queria comer pão feito na hora de qualquer jeito. Ficou um tanto rústico, talvez pela falta do crescimento, talvez pela própria receita. De qualquer forma, foi uma experiência que quero repetir.
Leia a reportagem do Estadão e confira as informações sobre essa série tão interessante.

Friday, February 19, 2016

Séries de 2015

2015 foi o ano em que voltei a ver séries. Antes só tinha assistido a algumas que amigos gravaram para mim em CD (hein?!). Das antigas, as preferidas são Prison Break, Grey's Anatomy, Dexter. Agora, em tempos de Netflix e torrent, amigos me passaram arquivos, falaram tanto em minha orelha que não pude fugir. Enfim, vamos à lista em ordem aleatória:


1- Game of Thrones- Demorou para me conquistar, mas depois foi avassalador, vi todas as temporadas. Sem dúvida, minha favorita. Dracarys, modafoca! 
 
2- Sherlock- Vi apenas alguns episódios, mas ainda não desisti. Ah, o Benedict Cumberbatch! Maravilhoso.

 
3- Breaking Bad- Abandonei. Não gostei do ator que faz o protagonista. Meu primeiro critério para gostar de uma série é criar uma identificação com essa figura. 

 
4- The Walking Dead- Óki dédi é outra série que demorou para conquistar meu coração. Comassim gostar de ficção sobre zumbi? Bem, a série vai muito além disso. Um problema: comecei a descurtir a partir do momento que surgiu a figura do governador. Para mim, ela morreu ali. 

 
5- Friends- Vi alguns episódios, mas ainda não emplacou comigo. Mim julguem!

6- House Of Cards- Frank Underwood! PQP! Série muito boa sobre política. Kevin Spacey e Robin Wright dão um show de interpretação. Também descurti a partir da terceira temporada. Seria uma síndrome de desistir a partir daí?

7- How I Met Your Mother- Sem dúvida, umas das melhores séries de comédia. Já vi vários episódios, mas quando se trata desse gênero, vejo bem devagar, já que são histórias independentes.

8- Sense8- Mds! Que série é essa? Perfeita. Aguardando a segunda temporada em 2016.

9- Narcos- Gosto muito do Wagner Moura, mas não me envolveu. Talvez ainda volte a vê-la.

10- Sons of Anarchy- A trilha sonora é o diferencial dessa série. Ainda estou pensando se gosto dela.
11- Orange Is The New Black- Contrariando todas as críticas positivas, não gostei. A atriz principal é sem graça.

12- Fargo- Como não bastasse o excelente filme dos irmãos Coen, ainda fizeram uma série. Muito boa. 

 
13- Modern Family- Vejo todos os dias. Premiada comédia de humor.

14- Mad Men- Premiadíssima, todos meus amigos fodões gostam, mas eu não. Por que, deos?

15- The Fall- O que dizer sobre as séries britânicas? Considero pacas. Gillian Anderson dá show.

16- South Park- Mas que filhos da puta! Mataram o Kenny! Não canso de ver.

17- Broadchurch- Mais uma série policial incrível. Ainda não vi a segunda temporada, mas necessito com urgência.

18- Black Mirror- É de embrulhar o estômago. Ainda reunindo forças para continuar.
 
19- Making a Murderer- Documentário interessante, mas abortei.

20- The Affair- Olha, se quiser ficar down, pra baixo, na bad, então assista.

Pode ser que tenha deixado de mencionar alguma, mas acho que foi só isso mesmo. A lista de 2016 está à espera. Bora lá. 


The Killers

Meu critério para ir a um show é conhecer muitas músicas. Das bandas internacionais, se pudesse, iria em Coldplay, Oasis, Muse, Keane...e The Killers. Não me lembro exatamente em que ano conheci essa banda. O texto abaixo encontrei no site da MTV:

The Killers é uma banda norte-americana de rock alternativo de Las Vegas, formada em 2002, quando o vocalista Brandon Flowers respondeu um anúncio colocado por David Keuning em um jornal local de Las Vegas.  David e Brandon começaram a compor logo que se encontraram e assim escreveram "Mr. Brightside", uma das únicas músicas que eles continuam tocando em todos os shows da banda. Depois de fazer testes com alguns bateristas e baixistas, os dois músicos conheceram Ronnie Vannucci, um estudante de percussão clássica na universidade de Nevada em Las Vegas e o baixista Mark Stoemer. Alternando os ensaios entre uma garagem e a Universidade de Ronnie, a banda começou a compor e dar vida às músicas que sairiam mais tarde no primeiro álbum do Killers. As músicas falam sobre assassinos, vítimas de AIDS do estúdio 54, namorados andrógenos e por aí vai. As notícias correram rápido sobre a banda e chegaram aos ouvidos de um selo londrino chamado Lizard King que assinaram com o The Killers. Logo depois a banda saiu em sua primeira turnê, pela Inglaterra e dividiu seu tempo entre os shows e a gravação do primeiro disco. O primeiro álbum chamado Hot Fuss foi lançado em junho de 2004, com 11 músicas, entre elas "Somebody Told Me", Mr. Brightside, When You Were Young e Read My Mind. Suas principais influências provêm da música britânica, principalmente de bandas da New Wave e artistas como Bruce Springsteen.”
Minhas músicas favoritas deles são Human,  Mr. Brighside,  Somebody told me,  Read my mind...por aí afora. 

Thursday, February 18, 2016

Autorretrato

Publicado em 15/05/2005. Mudaria muita coisa no texto, como por exemplo o fato de nunca ter andado de avião. Já voei muito depois disso. Com relação aos amores também. Na época, estava há sete anos, que virariam doze. Hoje, estou há quatro com o melhor de todos. Acho que o último é sempre o melhor de todos.
Ah, o texto abaixo foi inspirado em um da cantora Adriana Calcanhotto. 

Sou de Marialva. Não sei de onde sou. Às vezes não sei de onde sou. Sempre senti que não pertenço a lugar algum. Tenho medo de perder as pessoas que amo. Amo Maringá, Curitiba e São Paulo. Tenho dificuldade em dizer não. Caretas me esnobam. Sempre me recordo do nome das pessoas. Nem sempre gosto de ouvir música. Ás vezes ouvir música me enche o saco. Gosto de roupas simples e atuais. Tenho preguiça de cozinhar. Gosto de experimentar comidas e bebidas diferentes.Amo Johnny Depp. Já fiz coleção. Adoro ajudar as pessoas. Me irrito com facilidade. Amo cores. Não tolero algumas pessoas que trabalham comigo. Sou pontual. Paro no sinal vermelho e uso cinto de segurança. Amo comprar livros. Detesto gente sem humor. Ás vezes dou esmolas. Amo Renato Russo. Reclamo muito. Sei pedir desculpas. Compro CD pirata. Guardo mágoas, mas sei perdoar. Amo meus cachorros. Moro no Jd. Planalto numa casa pintada de rosa. Amo Miró. Nao curto músicas antigas. Amo Diego Rivera. Odeio serviço de casa. Não gosto de ficar sozinha. Torço pelo Corinthians e dia 09/03 fui no Willie Davids ver o Tevez. Gostava de jogar truco. Adoro jogar futebol. Não sei viver sem natação. Amo Gabriel Garcia Marquez. Bebo café o dia todo. Não gosto de verão. Minha mãe diz que sou desorganizada. Detesto roxo. Amo Carlos Drummond de Andrade. Adoraria saber tocar um instrumento musical. Tenho olhos lindos.Minha amiga Sandrinha pintou A vendedora de flores,  de Rivera pra mim.Guardo o nome de todos os meus alunos. Amo filmes europeus. Não tolero gente que faz graça com carro. Não gosto de etiqueta. Sou anti-social. Sou hipocondríaca. Adoro pão sírio. Tenho vergonha de me apresentar em público. Meus amigos dizem que sou divertida. Minhas irmãs dizem que sou "cozida". Já fui feliz no amor. Amo Dostoievski. Já li quase tudo que ele escreveu. Detesto sair à noite. Não vivia sem cerveja, mas agora sou abstêmia. Tenho uma imitação do Miró. Durmo o suficiente. Adoro gente doida. Detesto gente deslumbrada. Tenho preguiça de dirigir. Não gosto de gente cu doce. Adoro azuis. Nunca fumei. Não tenho superstição alguma. Nunca quis ter filhos. Minha primeira escola se chamava Vicente Machado. Amo Akira Kurosawa. Detesto velharias. Acho que eu mudo muito. Desprezo gente que se acha. Não sou disciplinada. Ainda vou conhecer Moscou. Tenho pena dos cachorros da rua. Amo ler. Quero dar aulas melhores. Quero saber pra que serve dar aula. Amo escrever diários. Tenho medo de enfrentar situações difíceis. Calço 35. Adoro chá gelado. Adoro praia, mas não sol e areia. Amo Matisse. Eu sempre digo sim. Eu gosto de dar aulas. Queria conhecer Porto Alegre e Rio de Janeiro. Nunca andei de avião. sou generosa em demasia. Amo Lia Luft. Tenho um amor há sete anos. Eu não gosto de me ver no vídeo. Amo gente irreverente. Amo Autran Dourado. Já pesquisei a morte em Autran Dourado. Gente tosca me esnoba. Gosto de cantar no videokê. Gosto de fim de tarde no HB. Detesto professor universitário que se acha o dono da verdade. Odeio Cianorte. Amo viajar. Odeio axé e sertanejo. Curto música clássica. Minhas amigas todas estão indo embora pro exterior. Dizem que eu mudo muito.  

Transplante de blog

Estou mega de cara com o WordPress. Tento fazer login e não consigo. Então, vou fazer um transplante de blog, pois gosto de muito conteúdo que foi postado lá. Não vou trazer tudo, porque...bem, não gosto de tudo que tá lá. hahaha Começo com esta de 22/02/2005. Detalhe: o menino do filme cresceu e agora é o Norman Bates, da série Bates Motel.


Sábado fui ao cinema, coisa que há muito não fazia. Estréia do filme de Will Smith, uma fila enorme pra entrar…mas não foi nesta sala que entrei. Na verdade, estávamos em meia dúzia na sala 5 para assistir ao sensível Em busca da terra do nunca! Como não podia deixar de ser, Johnny Deep está maravilhoso. Não foi um dos melhores filmes a que já assisti, pois, na verdade, gosto mesmo dos filmes europeus. No entanto, me emocionei com a atuação de Depp e do menino! Valeu o ingresso!

Thursday, February 04, 2016

Leituras/2016

Iniciei o ano lendo A menina que roubava livro, de Markus Zuzak. Relutei muito em começá-lo, mas um belo dia ele me escolheu. E quando a morte conta uma história e tals. Depois, quis terminar 44 cartas do mundo líquido moderno, de Zygmunt Bauman. Faltava bem pouco, mas consumiu quase todo meu mês de janeiro. Para este ano, pensei em organizar um esquema de leitura: alternar entre não literários e literários. Desses, também alternar entre literatura brasileira e estrangeira. Assim, após Bauman, seria um livro de ficção. Encontrei na livraria Complô contra a América, de Philip Roth. Daqueles autores que você compra tendo a certeza de que não irá se decepcionar. Fevereiro começa com ele. Ainda pretendo terminar Walden, de Henry David Thoreau, colocando um fim aos livros começados. Desafio para 2016? Ler mais. Como pretendo voltar à faculdade, talvez acabe lendo mais apostilas que livros. Veremos.

Monday, February 01, 2016

O esporte em minha vida

Gosto tanto, mas tanto de esportes que, se pudesse, não faria outra coisa na vida. Já pratiquei quase tudo, exceto bobsled, combinado nórdico...essas coisas. O problema é que, no momento, estou praticando três esportes diferentes e não consigo abandonar nenhum. Depois de algumas decepções(a cabeça sabe o que fazer, mas o corpo não obedece mais), acabei abandonando as competições de futsal. No entanto, acabei encontrando uma grande paixão, sem prazo de validade: a corrida. Posso correr até quando minhas pernas puderem me levar. Porém, por acaso descobri uma arte marcial super interessante, o Jut-Bo, bastante parecido com karatê. A turma é maravilhosa, a aula muito dinâmica e acaba me proporcionando um bom condicionamento para a corrida. Mas eis que me deu uma vontade desesperada de voltar a jogar bola. Encontrei também um grupo bacana e voltei. Mas o grande problema? Onde encontrar tempo para tudo isso? Como equilibrar as atividades para que algo que era para ser prazeroso não acabe se tornando uma obrigação? Difícil. A maneira que encontrei de equilibrar é não me cobrar tanto. Às vezes, acontece de estar com tanta vontade de correr, mas acaba coincidindo com outra atividade. Então, eu deixo de lado e vou fazer aquilo que quero no momento. Será que estou me esquecendo de algo? Acho que sim. Eu faço caminhadas na natureza (longas distâncias) e pratico yoga em casa também. Engraçado que comecei a escrever com a certeza de que praticava apenas três atividades físicas e acabei encontrando mais. Bem, o yoga, na verdade, não tem finalidade de funcionar como exercício físico, mas sim, como mental e espiritual. Mas que cansa, ah, isso cansa!

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