Thursday, November 19, 2015

Vitório: um sopro de esperança

Encontrei o Vitório há uns sessenta dias, mais ou menos. Estava andando com dificuldade e com um ferimento na parte posterior da coxa. Achei que tivesse sido atropelado e não hesitei em levá-lo para o veterinário. Mas para minha surpresa, não era atropelamento. Era cinomose, doença incurável. A solução seria a eutanásia. Procurei outro veterinário que disse que talvez ele pudesse ainda ter uma chance. Nesses quase dois meses, já passou por um canil e por uma casa que ofereceram como abrigo. Não sei qual dia foi mais tenso até agora. No entanto, hoje foi uma barra. Os donos da casa onde estava não dormiram a noite passada porque ele chorou muito (ainda não sei o motivo). Não conseguia falar com as pessoas que haviam ficado de arrumar outro canil e pensei na eutanásia. Combinei com a veterinária que o levaria. E chorei o dia todo na esperança de encontrar um lugar pra ele. Eram cinco da tarde quando decidi levá-lo. Passei por uma construção abandonada e, no impulso, deixei-o lá. Voltei agora para levar a ração, remédio e água. Mas para meu espanto...alguém levou água e comida pra ele. Não sei como alguém poderia tomar conhecimento de que ele estava lá, porque da rua não se pode vê-lo. Deixei recado que amanhã irei pegá-lo para que a pessoa não pense que está abandonado. Ainda não foi dessa vez, meu amigão! Por que não o levei para a morte? Porque, como ele sempre faz quando andamos no carro, enfiou a cabeça entre o banco e câmbio e me olhou com os olhos mais ternos do mundo. É a vida dizendo "sim". <3 <3 <3

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