
"Começo a minha história por um fato acontecido quando tinha dez anos e frequentava a escola particular de minha pequena cidade natal. Muitas coisas daquele tempo ainda exalam em mim certo perfume e irradiam em mim uma suava melancolia associada a gratos temores: ruas sombrias ou iluminadas, casas e torres, o soar dos relógios e faces humanas, aposentos repletos de comodidade e de cálido bem-estar, aposentos cheios de mistério e de um profundo medo de fantasmas. Odor de cálida intimidade, de coelhos e criadas, de remédios caseiros e de frutas frescas. Dois mundos diversos ali se confundiam; o dia e a noite pareciam provir de polos distintos".(pag. 19)
"A cura causou-me mal. Tudo o que depois me aconteceu causou-me mal. Mas quando vez por outro encontro a chave e desço em mim mesmo, ali onde, no sombrio espelho, dormem as imagens do destino, basta-me inclinar sobre a negra superfície acerada para ver em mim a minha própria imagem, semelhante já em tudo a ele, a ele, ao meu amigo e meu guia." (pag. 188)

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