Monday, October 16, 2006

A metamorfose

O texto abaixo é da Carol, do Colégio Parigot, de Marialva-PR.

A metamorfose

Certa manhã, ao despertar de sonhos intranqüilos, Gregor Samsa viu-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso. Estava deitado sobre suas costas duras como couraça, e ao erguer um pouco a cabeça viu seu ventre marrom, abaulado, dividido em saliências arqueadas em cima do qual o cobertor, quase escorregando, mal se mantinha. As suas muitas pernas lastimavelmente finas em comparacão dom a largura de seu corpo, tremulavam desamparadas diante dos seus olhos.
- O que aconteceu comigo? - Pensou. Não era um sonho. ( Franz Kafka)
Apesar do sol nascendo forte, transportando da janela para o seu corpo, ofuscando sua visão, apesar do cheiro de vida e do vento que o tocava, isso não poderia estar acontecendo, só poderia ser um sonho, mesmo ele, sendo um cientista muito reconhecido e bem sucedido, sabia que isto era contra as leis da natureza.
Tentou descer de sua cama, mas então descobriu que podia voar, e com isso alcançou o seu espelho sem muito esforço. Não se conteve e gritou. Para ele seu grito ecoou por todo o quarto, mas certamente ninguém poderia ouvi-lo. Porém, nesse instante, sua mãe bateu na porta do quarto:
- Gregor, você ainda está aí? perdeu o juízo? já são quase oito horas e seu assistente já lhe trouxe os ratos e baratas para seu teste.
Gregor congelou. O que poderia fazer agora? a sua mãe o reconheceria? o que aconteceria se fosse confundido com alguma de "suas baratas"?
Pensou rápido. A primeira idéia que lhe ocorreu foi se esconder em cima da luz, e isto fez, ao mesmo tempo em que percebia que sua mãe fora buscar uma chave para poder entrar em seu quarto.
O trinco virou e ele viu a sombra de sua mãe:
- Filho! Querido! Onde está? por onde saiu que eu estou acordada desde às cinco horas da manhã?
Sua mãe saiu do quarto com uma expressão confusa e supôs que ela estava indo telefonar para o seu laboratório ou para seu celular.
Algum tempo depois percebeu que o clima da casa estava mais alvoroçado, todos pareciam ter percebido sua ausência e estavam tomando providências para localizá-lo. Nesse instante, a porta do seu quarto se abre, sua mãe novamente entrou observando-o detalhadamente como se nunca tivesse entrado ali antes. Olhou devagar para o teto e avistou:
- Roberto! Por favor, me traga um veneno! Tem uma barata asquerosa aqui e preciso matá-la para buscar alguma pista no quarto do meu filho.
- Sim, senhora- respondeu Roberto- Só preciso achá-lo...
Gregor não poderia ser morto pela própria mãe e antes que não tivesse mais tempo de vida e para o pavor daquela única senhora que se encontrava ali naquele quarto, ele voou e pousou rapidamente sobre a mão dela como um último adeus e saiu voando pela janela. (Carol)

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